Alckmin comemora adesão de Jarbas e aposta no PMDB

Alckmin prevê seu crescimento a partir de 5 de julho, quando, segundo ele, a campanha começa de fato. Quanto ao favoritismo de Lula nas pesquisas, diz ser natural por ser o presidente mais conhecido do que ele, mas aposta na reviravolta e num segundo turno. “Esta é uma eleição de dois turnos e, no segundo, nós derrotaremos Lula”, prevê. Eis a entrevista:

O fato de não crescer nas pesquisas preocupa o senhor?
Em nenhum momento. Quando comecei a campanha para governador de São Paulo tinha apenas 19% das intenções, menos do que tenho hoje na corrida presidencial. Olha, a campanha só começa pra valer em 5 de julho e esquenta em 15 de agosto, quando se inicia a propaganda na televisão. Sou dos candidatos o único que já conseguiu fechar uma coligação. Tenho o apoio formal do PFL e informal do PPS. E posso garantir que terei a maior parte do PMDB.

Quem, no PMDB, além de Jarbas, já declarou apoio ao senhor?
O Jarbas foi, sem dúvida, o maior apoio, pela sua liderança, pela sua respeitabilidade nacional, pelo conceito de líder histórico do PMDB. No Nordeste e no resto do País, Jarbas vai nos ajudar muito. Eu posso citar outras lideranças importantes no PMDB que já estão conosco, como o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique. No Paraná, com exceção do governador Roberto Requião, que ainda não se decidiu, todo o PMDB já fechou comigo. Eu tenho história no PMDB, fui vereador, prefeito e deputado pelo partido. Só deixei a legenda para fundar o PSDB.

Como estão as negociações para atrair o apoio de Garotinho?
Garotinho deve lançar um candidato próprio pelo PSC, partido que provavelmente terá o controle da sua legenda. Diante desse novo quadro, não conversamos mais.

Com a saída dele ( Garotinho ) do páreo não seria natural que o senhor crescesse. O que aconteceu?
Esse eleitor de Garotinho ainda está muito disperso, porque ele está inserido no chamado nível de conhecimento das pesquisas, ou seja, ele só conhecia a candidatura do Garotinho e a de Lula. Trata-se de um eleitorado que está vagando por aí e que vai se definir quando aumentar o seu nível de conhecimento sobre as candidaturas. Há uma certeza: esse eleitorado do Garotinho não foi para Lula. Esta é uma eleição de dois turnos. Este favoritismo de Lula nas pesquisas é natural por ele ser o mais conhecido. Mas, no segundo turno, a gente derrota ele.

O senhor não acha que o discurso duro do PFL, de atacar Lula, não prejudica a sua campanha?
Não se trata de ataques. A população tem que tomar conhecimento das coisas reais nesse Governo. O Brasil de Lula não é o Brasil que nós queremos, da prosperidade, da ética, dos avanços na área social. Nós vamos desmistificar o discurso do PT e mostrar quem, realmente, trabalha. Em São Paulo fizemos uma das maiores obras dos últimos anos, nunca o estado cresceu tanto.

O senhor pediu a Jarbas sua influência junto ao PMDB nacional para atrair mais lideranças do partido para o seu palanque?
Nem precisei pedir. O Jarbas tem essa consciência, é um político vitorioso, experiente e correto. Não tenho a menor dúvida de que, com o seu engajamento na campanha, muitos peemedebistas virão nos ajudar nessa luta, que não é apenas nossa, do PSDB, mas de todos, inclusive do PPS, partido que já formalizou o seu apoio e me entregou, hoje, boas contribuições para a campanha e o enriquecimento do programa de governo. Roberto Freire, que será o suplente de Jarbas, já se integrou ao nosso conselho político e terá um papel fundamental na campanha.

Como está a programação do senhor em Pernambuco?
Estive hoje no Recife e amanhã estarei partindo logo cedo para Caruaru e Gravatá, para comer muita canjica, pamonha e festejar o São João ao lado dessa gente tão hospitaleira. Vou com Jarbas, Roberto Freire, o governador Mendonça Filho, o senador José Jorge, que é o meu vice e tem dado uma grande contribuição à nossa campanha. Passar o São João no Nordeste nos enche de felicidade e não deixa de ser importante para ampliar nossa campanha. Magno Martins